quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Moçambique deve reeleger hoje partido que governa desde 1975

Candidato da Frelimo, sigla que dirige o país desde a independência de Portugal, está à frente

Caso não eleja seu representante, Renamo terá também de lutar para continuar como maior força opositora
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Cerca de 11 milhões de moçambicanos deverão ir às urnas nesta quarta-feira (15) para votar nas eleições presidenciais, legislativas e provinciais, que devem manter a hegemonia da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) no governo.
Analistas preveem que o candidato governista, Filipe Nyusi, ex-ministro da Defesa, seja eleito com cerca de 60% dos votos.
Além do presidente, serão eleitos também 250 deputados e membros das assembleias provinciais.
A Frelimo governa o país desde a independência de Portugal, em 1975 --primeiro, como partido único e, desde a chegada da democracia, como vencedor nas eleições de 1994, 1999, 2004 e 2009.
Apesar de relativamente desconhecido, Nyusi mantém uma grande vantagem sobre Afonso Dhlakama, da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), maior partido de oposição, e sobre Daviz Simango, candidato do MDM (Movimento Democrático de Moçambique).
Seus dois adversários, porém, cresceram muito durante a campanha.
CONTINUIDADE
No domingo, último dia de campanha, Nyusi disse que pretende dar continuidade ao governo de quatro décadas da Frelimo e pediu aos eleitores que não tenham medo.
O candidato da Renamo, que se comprometeu a mudar radicalmente a paisagem política das últimas duas décadas, acusa a Frelimo de permitir uma concentração sistemática do poder em um punhado de privilegiados.
Caso não vença, a Renamo terá de lutar para manter a posição de principal sigla da oposição, já que o MDM tem crescido, atraindo eleitores da Renamo e da Frelimo.
"O MDM é a principal voz da população que não concorda com o governo atual, e esperamos aumentar nossos representantes", disse à Folha o candidato do MDM, Daviz Simango.
Segundo ele, pela primeira vez na história desde o acordo de paz, há uma terceira via viável e que não nasceu da luta armada.
Cerca de 2.500 observadores internacionais supervisionarão o processo, cujos resultados devem sair em um mês.
VALE
A mineradora brasileira Vale é um dos maiores investidores estrangeiros em Moçambique e explora umas das maiores reservas de carvão mineral da África, na província de Tete, no norte.
A empresa, que já investiu US$ 4,5 bilhões no país, tem outros projetos, como uma mina de carvão em Moatize, a ferrovia Corredor Nacala e um porto em Nampula.
Mas o negócio em Tete enfrenta dificuldades, porque a ferrovia ainda não foi concluída e há problemas para escoar o carvão.
A empresa está tentando agora vender parte de seus ativos no país. A previsão é de que até 2015, com a duplicação da produção de carvão em Moatize, a empresa chegue a um investimento de US$ 8 bilhões.

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